foto de Moana Alves. Da esq para direita Ciro, Renato, Arthur, Joe Porto e Romero FIlho
Um barbeiro ex-crente, um caipira ateu, um goiano bilingue, um metaleiro xamã e um piloto de horas vagas; grandes amigos de Uberlândia se reunem, num casamento lo-fi do punk com o grunge, a nostalgia de dias superestimados e a perspectiva de dias medíocres.
O Santa vem do bairro onde eles se conheceram e Pipe veio da musica “Loud Pipes” do Ratatat.
Romero Filho (guitarra, voz) e Ciro (voz) moraram juntos em Uberlândia e cogitaram ter um projeto em 2012, mas isso só foi acontecer quando Romero substituiu o guitarrista de uma banda cover onde Ciro cantava. Interessados em produzir som autoral, convidaram o Renato “Jah Bless”, amigo de infância do Romero, baixista da Metaphorus, e o baterista Arthur Carvalho da Alberi. A formação se completou com a chegada de Joe Porto, da também local Lava Divers. Dá pra sacar que as histórias musicais e pessoais de cada um são bem diferentes: banda cover com banda metal com emogaze e noise-pop. Isso indica como a Santa Pipe é ampla nas composições e arranjos.
Apesar da pouca visibilidade para o tipo de música que o Santa Pipe propoe, todos concordam que o Triângulo Mineiro está acima da média: “Pra uma cidade de 600 mil habitantes, Uberlândia está incrivelmente bem em termos de artistas. Tem muito lugar pra tocar, o custo de vida é incrivelmente baixo; dá pra pegar bons shows de bandas daqui e de grandes bandas de fora pagando pouco, o que deixa tudo mais movimentado“, explica Joe. “Quase toda banda daqui produz os próprios shows. Tem também muitos produtores de eventos/selos locais, como o Cena Cerrado ou o Triluna, que ajudam bastante as bandas, seja no booking, na divulgação ou mesmo na confecção de merchandising. Somos frequentadores assíduos, tocando ou assistindo shows, de quase tudo que aparece por aqui, desse underground caipirão. Todo mundo minhoca da terra“.
A divisão das composições é totalmente democrática. Todas as músicas partem de um riff ou melodia que alguém ofereceu e são pré-produzidas com os integrantes juntos. Ciro escreveu as primeiras letras inspirado em emoções e humores cotidianos. “Free Hand” por exemplo, começou de um desenho de uma tatuagem legal (uma mão sobre o globo) e uma critica à opressão neoliberal, mas foi mudando pra algo mais difuso sobre abuso.
Se levarmos em consideração a data de lançamento do 1º single (março de 2018), o Santa Pipe é uma banda nova, com menos de 6 meses. Com apenas 4 shows apenas no currículo mas muitos encontros e ensaios, o Santa já gravou algumas músicas, sendo que duas delas foram escolhidas para serem lançadas neste single de estreia: “High and Low” e a já citada “Free Hands”, que sai como EP Version porque é um pouco diferente da versão que foi incluída na Coletânea Cena Cerrado 2017 (escute aqui).
As músicas foram compostas em conjunto por todos no Santa Pipe, gravadas por TiagoBits do estúdio O Laboratório em Uberlândia, enquanto que as guitarras foram captadas em Araguari, com Eddie Shumway (Lava Divers) que também as mixou e masterizou. A arte da capa é de Priscyla Alves e as fotos de Moana Marques.
Santa Pipe, o EP, está sendo lançado no formato digital pelo midsummer madness e Cena Cerrado.
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