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Aqui no midsummer madness a gente gosta de barulho! De my bloody Valentine e Jesus & Mary Chain. Mas a gente odeia quando nos chamam de aculturados, alienados.

Há 27 anos o midsummer madness pesquisa e produz na cena musical independente brasileira (enfatizando: brasileira!) A gente acha um saco que os artistas, as bandas, você ai que tá lendo isso agora, fiquem de braços cruzados vendo essa palhaçada que a atual oposição, junto com a mídia e uma parte do poder judiciário e legislativo do Brasil estão fazendo com o atual governo. Chegou a hora de se posicionar.

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E isso é o que nós achamos:
– desde o resultado da eleição de 2014, com a vitória (apertada) de Dilma, que a oposição vem tentando dar o golpe. Ela manobra no congresso para tornar a situação cada vez pior. Resolveu usar o caminho da legalidade, extrapolando um processo judicial ao usar indícios como provas de culpa, mandando para cadeia sem julgar.

– a grande mídia, leia-se Editora Abril (Veja, Exame), Istoé, Organizações Globo (TV Globo, jornal O Globo, canais Globosat, G1), Bandeirantes (com raríssimas exceções), Rede TV, Folha de SP, Estado de SP – está amplificando de acordo com seus interesses, distorcendo o processo e os fatos e por isso, cumprindo um papel imbecilizante, transformando audiência em massa de manobra

– muitas pessoas estão caindo no golpe. Inclusive nossos amigos e público. A tática da oposição, amplificada pela mídia, de quanto pior melhor, agrava a polarização e o diálogo é cada vez mais pobre.

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Por isso o midsummer madness e alguns de seus amigos e bandas resolveu tomar uma posição. Na posição artistas/músicos, lembrando as melhores influências de MC5, Public Enemy, Stereolab e afins, resolvemos deixar de lado o silêncio. E isso é o que achamos:

– se é para investigar e julgar, que se investigue todos. Em 8 anos de PSDB, tudo foi empurrado para debaixo do tapete: compra de votos para aprovar emenda da reeleição de FHC, mensalão do Aécio em Minas, corrupção pesada no Metrô de SP, auditoria nas privatizações das teles e da Vale, etc, etc, etc. Porque os juízes de Curitiba não ousam cavucar estes pontos?

– para a gente, que trabalha com a mídia, é irritante ver alguns veículos lendo “cartas de repúdio” assinadas em conjunto com Associações de Classe protocolares, dizendo zelar pelo “direito de transmitir ao público a verdade dos fatos e pela imparcialidade da cobertura jornalística”. Não existe, nunca existiu e nunca existirá imparcialidade: estes veículos noticiam o que interessa noticiar. O que não dá para engolir é a hipocrisia de não assumir de qual lado está.

– a situação econômica não é boa, a atual administração federal já admitiu erros. Desde o primeiro mandato Lula, a suavidade das mudanças e a cooptação com setores sombrios da elite nacional deram sinais da centralidade do exercício do governo petista. Seria a hora do atual governo realmente dizer a que veio.

– ninguém aqui foi às ruas no dia 13/março. Mas é ridículo, por exemplo, o Governo do Estado de SP dizer que não vai permitir manifestações de petistas. Isso se chama repressão. Estamos caminhando rapidamente para a Idade das Trevas, ou pior, para algo semelhante à ditadura, só que em versão século XXI

– está tudo armado para um golpe institucional e nós somos CONTRA O GOLPE

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Bandas, músicos, artistas, gravadoras, produtores, jornalistas, blogueiros: ninguém precisa concordar com o que pensamos. Aliás, não estamos falando em nome de todos os músicos e bandas do midsummer madness porque alguns discordam das opiniões acima. Discordar e conversar com respeito ao outro deveria ser o mais importante neste momento. O que não dá é para ficar calado.

(fizemos uma playlist com a colaboração de alguns que assinam abaixo, para você ouvir enquanto lê e se certificar do que estamos falando)

 

assinado:
Rodrigo Lariú – midsummer madness
Tatiana Lariú – midsummer madness
Alessandra Lariú – She Says
James Cooper – Thompson Punke
Régis Martins – Motormama
Gilberto Custódio – Locomotiva Discos
Fabrício Nobre – Construtora / Festival Bananada
Fábio Oliveira – Snooze
Alexandre Matias – Trabalho Sujo
Jair Marcos – Fellini / 3 Hombres
Luisão Pereira – Dois em Um
Tatiana Guimarães
Rafael Genu – Pelvs
Leonel Mancha – Casa do Mancha
Cris Wolff – Sleepwalkers
Lorena Arouche – Ampslina
Fernando Rosa – Senhor F
Marcelo Damaso – The Baudelaires / Festival Se Rasgum
Dra. Joseti Marques
Raphael Erichsen – Kinorama
Dr. Sandro Rodrigues – Digital Ameríndio
Cassiano Fagundes – C&B, Bad Folks, Vita Balera
Leo Bitar – gravadora e loja Disco ao Leo
Fábio Andrade – Driving Music
Sidney Honigsztejn – Vibrosensores / Nefelibatas
Lois Lancaster – Vibrosensores / Zumbi do Mato
João Paulo Porto – Lava Divers
Gilmar Monte – Primitive Painters
Matheus Lopes – Churrus
Dimitri Rebello – A Última Peça / Diahum
Cesar Zanin – cosmoPOPlitan / O Bosque/Woodland
Rock Bruno e Silveira – O Grito
Werden Tavares Pinheiro
Fernando Paiva – Luisa mandou um beijo e A última peça
Stefano Fell – Loomer
Aloizio Nascimento Neto – Razzmatazz
Cairo Melo – NHL Produções
Gustavo Sumares
Marcello Aguiar Sarmento – A Trip to Forget Someone
Carlos Shen
Eduardo Notvrno
Tiago Trindade
Romanelli- Vita Balera
Ana Paula – Festival Polifonia
Pedro Bonifrate – Supercordas
Márcio Jr. – Mechanics
Tito Figueiredo – DJ
Augusto Malbouisson – Acessórios Essenciais
André Paixão – Nervoso
Kátia Abreu
Mariana Cetra – A Espiral de Bukowski
Aline Matos (Rety) & Kelle Matos – Karen Koltrane Radio

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