Em 1995, Rodrigo Guedes, vocalista e guitarrista do Killing Chainsaw, se mudou de Piracicaba (interior de SP) para Londrina. Com isso o Killing Chainsaw encerrou as atividas. Três anos depois de ter se mudado, Rodrigo lançou o primeiro registro do seu novo projeto, o Grenade.
São oito álbuns e algumas faixas espalhadas entre 1998 e 2011. Entre os registros, apenas um deles foi lançado oficialmente como álbum, o auto-intitulado “Grenade” em 2004. Com esse lançamento, o Grenade tocou no Tim Festival e no Curitiba Pop Festival daquele ano. Definitivamente o mais bem produzido, o disco masterizado por Steve Fallon, produtor norte-americano conhecido por seu trabalho em “Room On Fire” (Strokes), além de produções para Beulah, Sonic Youth e Luna.
Em 1995, em Londrina, o ex-Killing Chainsaw continuou escrevendo músicas e resolveu gravá-las sozinho, em casa, utilizando equipamentos portáteis. “A Child’s Introduction to Square Dancing” saiu em 1998 em CDR pela Ordinary Recordings e também chegou a ser distribuído pelo midsummer madness (mm33). Gravado em duas semanas somente um violão, um microfone e computador, Rodrigo definiu como “um aprendizado de como se fazer música em casa”.
“Grenade is an Out of Body Experience” saiu em 1999, produzido no mesmo esquema lo-fi e distribuído por três selos: Low Tech Recs, Ordinary Recordings e pelo selo norte-americano especializado em folk e lofi, o Duckweed Records. Ainda uma one-man band, “..is an Out of the Body Experience” foi a primeira vez que Rodrigo experimentou gravar com uma banda: “Rubber-made Heart”, “King of the Sailors of Doom”, “Razor Blades” e “She Will Fly” têm participação de Eric Vinícius na guitarra, Tiago Raffo no baixo e Lucas Raffo na bateria. Os três tocavam na Magic Ballon, banda do irmão do Rodrigo, André Guedes. Quando a Magic Balloon acabou, a banda descambou pro Grenade.
No mesmo ano, 1999, saiu “Shortwave Young Love Kingdom” com mais músicas gravadas na mesma leva de “is an Out of the Body Experience”. Segundo Rodrigo, as músicas saíram separadas porque “‘Out of the Body’ tinha canções mais fáceis enquanto que ‘Shortwave’ era mais experimental“. Acredite ou não, mas tanto “Vampire” quanto “Bastard” são algumas destas faixas mais experimentais. “São discos que se completam, um mais folk, outro mais psicodélico“, completa Rodrigo. “Vampire” e “Demons” do Shortwave foram gravadas com o ex-integrantes do Magic Balloon.
Em 2000, o Grenade lança o EP “Heartless”, todo gravado por Rodrigo sozinho, e distribuído somente em formato digital pelos finados MySpace e Tramavirtual. A partir de 2002, com Eduardo Ferrarezi na bateria e Paulo Gutierrez no baixo, o Grenade começa a gravar em um pequeno estúdio em Londrina as músicas que viriam a formar o disco lançado em 2004.
Antes do lançamento do álbum, Rodrigo lançou “Splinters (2000-2002)” pelo selo mineiro Bay King Music, com faixas gravadas no esquema Grenade-one-man-band. Somente dois anos depois, em janeiro de 2004, é que “Grenade” finalmente saiu, recebido por elogios de Alexandre Matias, na Folha de SP: “Para salientar a unidade do grupo (…) os quatro membros dão as caras na capa. A sonoridade vai além do folk americano com referências de rock clássico e experimentos de eletrônica que marcava a primeira fase do Grenade, quando apenas Guedes jogava em todas as posições. (…) Influenciadas pelo rock inglês dos anos 70, faixas como “Rainmaker” mostram que o Grenade está afiado como grupo e sólido como banda de rock clássico“.
Listado como um dos melhores discos daquele ano na imprensa especializada, a banda demoraria outros quatro anos para lançar “Life as a Sinner“, gravado com a formação que acompanhou Rodrigo nos shows do Tim Festival e Curitiba Pop Festival: Adalto Domingues substituindo Eric na guitarra e Vítor Gorni no baixo. A Rolling Stone Brasileira escreveu: “Life as a Sinner marca a ruptura com a fase mais roqueira do grupo (…), a meta é o passado. ‘O grande lance que marca o Grenade é a falta de propósito. O próximo disco, que já está sendo preparado, vai ser mais estranho, com muita psicodelia e dissonância. Vamos voltar para 1991’“.
Em 2011 o último lançamento foi todo em casa com participação dos integrantes compondo a distância. Depois de “Rainbow’s Funeral Songbook”, Rodrigo e Adalto passaram a se dedicar a composição de trilhas sonoras para filmes como “Jardim Tókio” e “Leste-Oeste”.
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