Em 2019, após um longo período sem um álbum propriamente dito, o Churrus lançou “Atlantic Railroad” e, com ele, entregou não somente um belo conjunto de canções, como um contexto, em partes, autobiográfico, mas também de intercâmbio cultural e histórico entre Brasil e Inglaterra. Dentre as composições de Matheus Lopes e Luís Couto (ambos guitarristas e vocalistas), Túlio Panzera, fundador e também vocalista e guitarrista do Churrus, apresentou sua reflexão particular sobre sua relação de idas e vindas com a Inglaterra, através de uma imaginária “ferrovia atlântica” conectando São João del-Rei – o berço da banda – a Bristol, cidade na qual Túlio viveu pela maior parte dos anos em que trabalhou em seus pós-doutorados em engenharia aeroespacial.
 
Além de uma saudade ambígua, sentindo falta de suas raízes quando em terreno britânico, e dos parques e vilarejos ingleses quando no Brasil, Túlio resgatou também uma relação histórica entre São João e Inglaterra(…). Contribuições sólidas até os dias atuais, que podem ser contempladas em edificações da cidade, como igrejas e colégios.
 

(…) Dito isso, dado o caráter histórico e biográfico deste último álbum, ótimas músicas acabaram ficando de fora, simplesmente, por não dialogarem com a proposta ali abordada. E tais pérolas têm sua justíssima compilação lançada agora, com distribuição dos selos Fleeting, Midsummer Madness e Rapadura Records, na coletânea “Besides”, cujo próprio título brinca com a ideia do material extra, “lado B”, do último álbum.

(trechos do texto sobre “Besides” escrito por Pedro Dias. Leia na íntegra aqui)


Churrus – Transcontinental
, por Gordinho (guitarrista da Pelvs)

É evidente que inquietação, desconforto e necessidade de mudar muitas vezes foram responsáveis por grandes obras de arte. Possivelmente a música seria muito diferente se tantos artistas não tivessem se rebelado contra o que os cercava ou o que eles mesmos estavam produzindo. Mas isso não impede o conforto de ser um fator determinante para a evolução de uma banda. Os três anos desde o lançamento de Monotone, ensaiando, compondo, gravando e tocando com a mesma formação, trouxeram esse conforto ao Churrus.

O resultado é Transcontinental, terceiro álbum do quinteto de São João del Rei, um conjunto de canções inspiradas em que a banda parece mais à vontade do que nunca, transportando com sucesso a energia do palco para o estúdio de gravação. As composições privilegiam um power-pop com tendência shoegazer e apresentam influências britânicas (Teenage Fanclub, Ride) e norte-americanas (Guided by Voices, Pernice Brothers). Confirmando a tradição do estilo, são as melodias que saltam aos ouvidos, simples, redondas, mas nunca óbvias. Em “Gabriel”, o vocalista e guitarrista Túlio Panzera faz uma homenagem emocionada a seu filho que recentemente completou um ano.

As guitarras de Túlio e Matheus Lopes receberam o reforço de Luís Couto, trazendo riffs, tramas e sobreposições mais elaborados do que em seus trabalhos anteriores. É o caso de “Everyday & everytime” e “All I wonder”, que trazem guitarras banhadas em efeitos em primeiro plano. Mas é quando saem dos holofotes, como em “Diamonds”, “January” e na ensolarada “Backyards”, que elas dão mais cores a Transcontinental e ao mesmo tempo ajudam a definir uma sonoridade característica do Churrus.

Paulo Filipe Souza (bateria) e Bruno Martinho (baixo) brilham ao não fazerem questão de brilhar, sem firulas e com muita personalidade, como em “Oldfield Park”, estreia de Luís Couto nos vocais, com sua levada no violão e seu refrão grudento. A produção de Transcontinental, que ficou a cargo da própria banda, é também uma evolução na obra do Churrus. Com mais recursos e mais entrosamento, o lo-fi de seus primeiros discos fica um pouco de lado, mas a banda nunca corre o risco de soar muito polida. É o calor dos shows sempre vibrantes que está presente na gravação e que dá o tom que une as dezesseis faixas do álbum.
Talvez seja a responsabilidade da paternidade, ou talvez seja a segurança que os anos juntos proporcionam, mas o fato é que Transcontinental mostra o Churrus como uma banda madura. Para nossa sorte (e para a deles), no entanto, a banda ainda é capaz de divertir (e se divertir) como nunca.


Em fevereiro de 2013, longe dos estúdios desde 2010, a banda mineira retorna com lançamento do EP “Everyday & Everytime“. Ao longo de quase dez anos de carreira, contou com diversas formações até fincar os pés em São João Del Rey e se consolidar como um quinteto à época do lançamento de Monotone (2010) com a entrada do guitarrista e tecladista Luis Couto. A formação atual conta com Túlio Panzera (guitarra e voz), Matheus Lopes (guitarra e voz), Luis Couto (guitarra, teclado e voz), Bruno Martinho (Baixo) e Paulo Filipe Souza (Bateria).

Tendo finalmente alcançado a estabilidade, a banda pode investir em uma produção mais elaborada deixando um pouco de lado o lo-fi tão presente nos seus primeiros trabalhos. Além disso, a chegada de um terceiro guitarrista fez com que, naturalmente, a presença das guitarras fosse enfatizada neste novo trabalho.

Esta novidade é mais evidente em “All I Wonder” e na faixa título, tanto nos riffs à la Will Sergeant que marcam as canções, quanto nos duetos de guitarra que demonstram a influência de bandas como Wilco e Thin Lizzy. Duetos também presentes em “Diamonds”, que com sua doce melodia nos remete a Pernice Brothers. A quarta canção do EP, “Gabriel”, é uma balada que celebra a paternidade e nos leva de volta a 1995, quando o britpop dominava as paradas. (Por Luiz Flavio Castro – LF – 26-01-13).


Em 2010, o quinteto de São João Del’Rey lançou seu segundo álbum, “Monotone”. A evolução fica evidente logo à primeira audição de “Monotone”. Com uma produção mais refinada do que a de “The Greatest Day”, “Monotone” apresenta uma banda mais coesa e consciente do seu som, consequência natural dos diversos shows e festivais ao longo destes últimos anos. As composições, desta vez, são divididas entre os diversos membros da banda, o que confere ainda mais originalidade ao quinteto. As referências continuam caminhando entre o indie rock e o lo-fi, com pitadas de shoegaze. Entre violões, solos de guitarra e de teclado, encontramos ecos de Pavement, Nada Surf, Guided by Voices, Charlatans e, em especial, Teenage Fanclub, talvez a principal influência da banda. Para aquelas almas saudosistas do bom rock alternativo dos anos 90, carentes de guitarras e de belas melodias “Monotone” é a prescrição ideal. Algumas músicas deste álbum podem ser ouvidas no recém lançado EP online “I got to go”, disponível no site da banda e aqui no midsummer madness.

Em meados de 1997, Túlio Panzera mudou-se para Belo Horizonte para fazer o curso de Engenharia Mecânica na UFMG. De 1997 a 2003 tocou na banda Multisofa, e em 2001 lançou seu álbum de estréia pela gravadora Bay King Music. Em 2002, a música “Single Japanese”, composta por Panzera, virou bônus nos discos lançados no exterior através do selo Japonês Little Pad Records, e do selo Italiano “Best Kept Secret”. O Multisofa se destacou em 2003 tocando em importantes festivais brasileiros como: Indie Rock Brasil, Bananada, All Stars, além de apresentar em programas de TV e rádio, no Palácio das Artes (BH) e no bar A Obra.

Após a conclusão de seu mestrado em 2003, Panzera inicia a gravação de um novo projeto musical com composições próprias, intitulado Churrus, lançando uma demo chamada “Piano”. Este trabalho chamou a atenção de Matheus Lopes, também de São João Del Rey, que entrou para a banda em 2004.

Em 2005 Panzera foi morar na Inglaterra e lá continuou o Churrus com novos músicos: Fred Dutton, Simon Watkins, James Whitley e Rich. De volta ao Brasil em 2006, Túlio Panzera e Matheus Lopes decidiram gravar o disco de estréia da banda, “The Greatest Day”. Contando com as participações de Bernardo Berg e Bruno Martinho (ex-Vellocet) o disco foi gravado em um Home Estúdio durante 11 meses, finalizado em setembro de 2007.

Atualmente, a banda conta com a participação de três  integrantes de São João Del Rey, entre eles, Túlio Panzera (voz e guitarra), Matheus Lopes (voz e guitarra), Paulo Filipe Souza (bateria) além de Luis Couto (guitarra, teclado e voz) de Bom Despacho e  Bruno Martinho (baixo), de BH.

As influências do Churrus vão desde o rock britânico dos anos 60 até o indie rock contemporâneo, praia visitada por diversos artistas como Beatles, Beach Boys, Guided by Voices, Teenage Fanclub, Elliott Smith, Pernice Brothers, Beulah, Wilco, entre outros.


Escute o single “Kingdom of Lords”
Deezer
Spotify

Compre a versão digital de “Transcontinental”:
iTunes – https://itunes.apple.com/us/album/id687734567
Deezer: https://www.deezer.com/album/6942050
Rdio: https://rd.io/x/Qj53cKo/
Spotify: https://open.spotify.com/album/26SnPY7BvgXtT4lgBx9Eak

Compre a versão digital de “Monotone”
iTunes: https://itunes.apple.com/us/album/id896513277
Spotify: https://open.spotify.com/album/43E6q9ag4Yt4Ln9h98XVSf


O que andam escrevendo sobre a banda:
As melodias são assoviáveis, grudentas, extremamente pops, daquele pop bem feito, classudo e que, infelizmente, não toca nas rádios brasileiras, mas que faria sucesso nas rádios alternativas norte-americanas.
do site DROP MUSIC, por Valdir Antonelli

I do hear frequent hints of dreamy pop (particularly in the light, slightly delayed guitar sound) throughout the record, a la the Lassie Foundation or the Melody Unit, as well as an occasional similarity to Let’s Active (check out the big Mitch Easter-styled ’80s drum sound in “Where’s The Moon?”!). But really, Teenage Fanclub is a rather apt comparison,”
do site INDIE PAGES, março de 2008, leia na íntegra aqui

: Contato

: Discografia

Bloom my Blue
(2023)

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The Bet (2023)

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A Promenade Love (2022)

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Shallow (2021)

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Besides (2020)

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The Greatest Day (remaster 2020)

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Sweet Tides of Esperança (2020)

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Broken Pen (2017)

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Once Again (2017)

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Kingdom of Lords (2016)

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Transcontinental (2013)

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Monotone (2010)

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The Greatest Day (2007)

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