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09/09/2008 – SHOW DJ6 SÁBADO 13/SETEMBRO

foto por Rafael Lopes foto por Rafael Lopes

Formada no Rio de Janeiro, a DJ6 é uma banda um pouquinho diferente da maioria das bandas cariocas. Como assim?

Com a palavra, DJ6:“A cena rock carioca é minúscula, todos sabem. Não que quiséssemos nos diferenciar, a diferença surgiu assim que pusemos os pés no estúdio e tocamos as primeiras três músicas. Não consigo associar o som da DJ6 ao de nenhuma outra banda nacional, o que dizer carioca…”, explica Bruno C., baixista. É, pode ser, está lá, é audível: com um som soturno, a banda tem um pé no trip hop do Portishead, Massive Attack e Sneaker Pimps, e outro na experimentação do Radiohead, Broken Social Scene e Sonic Youth. Estas influências, comuns aos integrantes, logo apareceram neste primeiro ensaio, programado por Bruno, que disse que sentiu uma necessidade “quase fisiológica” de formar uma banda que levasse a sério seu mote de que “rock tem que doer”. Mas que ainda assim fosse pop.

dj6_4.jpgEm fins de 2005, ele chamou Julia Vaz (a quem ainda não havia visto cantar) e Felipe Fortes (o Fel, ex-guitarrista e vocalista da Lírio Branco). Bruno conhecia Fel e Julia de uma festa que ele próprio promovia no Rio de Janeiro, chamada Hang the DJ. Outros amigos já haviam comentado sobre a voz de Julia, que cantava numa banda chamada Constantine; e o Fel, o Bruno já o tinha visto em ação, com uma banda chamada KMPH e conhecia as músicas da finada Lírio Branco. O primeiro baterista que completou a formação inicial da DJ6 foi Bruno Fiuza, que já tocara com Bruno em um projeto natimorto de disco-punk.

As primeiras músicas gravadas pela banda apresentam sutis texturas nas guitarras, melodias fortes e dinâmicas pouco usuais, costuradas com letras em português, francês e inglês. Em mais de 2 anos de DJ6, apenas 15 músicas compostas. Pouco? A banda acha que não. Há uma regra de que as composições que os integrantes trazem para os ensaios só são incorporadas pela banda se há unanimidade entre os 4 integrantes. Não há concessões, não há espaço para o tal do ecletismo. O resultado é um acabamento fino, um padrão de qualidade, como explica Bruno:“Lapidamos ao máximo as músicas, aperfeiçoando o arranjo. Isso se traduz nos ensaios, nos shows e nas gravações, pois as músicas são tocadas com tesão por todos nós.”

Um pouco antes da banda gravar seu primeiro EP, em agosto de 2006, o baterista Fiuza deixou amigavelmente a banda. Para gravar as 5 músicas, o trio optou por uma bateria eletrônica, que acabou trazendo o clima frio e mecânico que eles procuravam para as gravações. A produção e gravação ficou por conta do amigo Bruno Salgado, vocalista e guitarrista da banda Phone Trio.

A maioria das músicas é de autoria de Fel (no EP, a 2ª, 3ª e 4ª), algumas de Bruno (“pequena morte”, com letra da Júlia) e da Júlia (“mágoa que segui”).
As gravações terminaram em dezembro de 2006 e a mixagem demorou 2 meses. Foi neste tempo que o DJ6 achou seu baterista substituto, Fred Mendes, da banda Columbia. O primeiro EP, disponível nesta página, foi lançado pela própria banda em 2007, e relançado em 2008 pelo mmrecords.

Rock tem que doer.
Para o DJ6, as rádios, a internet estão cheias de músicas burocráticas, daquelas que quem as toca, o faz por obrigação. Nunca por paixão. Mesmo tocando pouco, o DJ6 prefere tocar por paixão, aproveitar cada minuto do show para extravasar o tesão contido. Pode doer: no bolso, nos hematomas, no fim. Mas tem que valer a pena.

E ainda pode ser pop. Calma, não é sadomasoquismo à la Madonna. É que para o DJ6, ser pop significa manter os pés no chão. Como exemplo, citam “Daydream Nation”, do Sonic Youth, disco de 1988 que chega às raias do experimentalismo mas não deixa de soar pop. Para o DJ6, Sonic Youth é uma grande referência, antes que começem a rotulá-los de “post rock”.

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DJ6 2007

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