Lá pelos idos de 2003, Régis, que tocara baixo no Cigarettes, 4Track Valsa e Stellar, trouxe ao midsummer madness uma demo de um rapaz chamado Bonifrate. Segundo Régis, ele, o tal Bonifrate e um tal de Valentino estavam tocando juntos numa “parada” que se chamava Supercordas. E a história deles começava assim:
Em 1967, três rapazes entusiasmados com a música psicodélica produzida em diversas partes do globo resolvem formar uma banda. Como a tecnologia da época não parecia ser suficiente para produzir aquilo que realmente queriam – um som baseado na psicodelia de então, mas com toques futuristas – Pedro, Diogo e Régis procuraram o auxílio do grande cientista e inventor Dr. Chips, que havia desenvolvido há pouco tempo um eficiente sistema de criogenia.
Os três, junto com Dr. Chips, que buscava uma instrumentação capaz de provar sua Teoria do Todo, resolvem se congelar e programar a engenhoca criogênica para acordá-los em meados da década de noventa. Contudo, algo deu errado e Régis acabou acordando em 1985, o que fez com que ele absorvesse diversas influências da música oitentista. Dez anos depois, os outros acordaram com seus neurônios um pouco perdidos mas logo tiveram acesso ao que se produzia no mundo musical, e à última grande teoria científica. E eis que nela encontraram o nome perfeito: Supercordas.
A confusão causada pela fantástica máquina criogênica atrasou por alguns anos a criação da banda, mas logo os quatro se encontraram e começaram a produzir. O Dr. Chips foi incorporado à banda como físico, gerando barulhos aleatórios a partir de equações matemáticas em seu moderno computador. Seu primeiro disco – “A Pior das Alergias” – é uma introdução ao que ainda há por vir, com suas melodias pop e elementos psicodélicos variados.
Para por a teoria em prática, o midsummer madness lançou “A Pior das Alergias” (mm64) e marcou alguns poucos shows para a banda. O primeiro aconteceu em 12 de abril de 2004, dentro da festa Maldita na Casa da Matriz no Rio de Janeiro. A prática confirmava a teoria: os shows eram assim meio deslocados da realidade, com Dr. Chips preenchendo o ambiente de barulhos esquisitos e Bonifrate expelindo textos como “mas me ajuda meu vidrinho de fluidos oníricos porque se não chover, regue a horta! regue a horta!”.
Ao fim de 2004, Bonifrate e Valentino, talvez ainda encantados com as possibilidades do novo Mundo, fogem de casa e decidem lançar o ep “Satélites no Bar” por conta própria uma vez que o midsummer madness estava lerdando demais. E dai para frente a coisa engrenou bonito. Tocaram nos festivais Noites do Senhor F (Brasília) e Bananada (Goiânia), foram listados pela revista Bizz como um dos 13 nomes que realmente importam no rock” e então aconteceu o mais bizarro: venceram um concurso da revista Capricho ! Para quem não sabe, uma revista teen bem bobinha; e melhor, foi por voto dos leitores. Palmas para eles!
O prêmio foram 36 horas nos estúdios da Trama em SP de onde saiu o hiper-super-elogiado Cd de estréia “Seres Verdes ao Redor” , lançado em 2006 pela gravadora Trombador.
Os anos seguintes viram os Supercordas tocarem com Fernanda Takai (do Pato Fu) no CCBB de São Paulo, aparecerem na televisão (no programa TramaVirtual da Multishow, na MTV, no Alto Falante da Rede Minas, etc) e saírem em turnê pelo sul, nordeste e sudeste, incluindo apresentações em festivais como Planeta Terra, Coquetel Molotov, Calango, Garimpo, Som em 4 Tempos e muitos outros.
A banda mudou algumas vezes de formação ao longo de seus 10 anos de estrada, com a entrada e saída de Kauê Ravaneda na guitarra, e agora conta também com Digital Ameríndio a.k.a. Sandro Rodrigues na bateria e Gabriel Ares nos teclados.
O novo disco, “A Mágica Deriva Dos Elefantes” foi gravado parte em casa, e parte no Estúdio Musgo, que a banda fez funcionar coletivamente durante o ano de 2009 no Rio de Janeiro. O álbum foi finalmente lançado em agosto de 2012, em download gratuito e CD. Atualmente, a banda reside em três cidades diferentes – Valentino e Giraknob em São Paulo, Gabriel e Sandro no Rio e Bonifrate em Paraty – e desenvolve habilidades telepáticas/projecionais para continuar acelerando partículas e interpretando a grande sinfonia do universo à sua maneira singular.
Supercordas são:
Pedro Bonifrate – voz, violão, guitarra e harmônica.
Diogo Valentino – voz e baixo
Filipe Giraknob – guitarra e percussão eletrônica
Digital Ameríndio – voz e bateria
Gabriel Ares – teclados e samples
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Deezer: https://www.deezer.com/album/6195691
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iTunes: https://itunes.apple.com/us/album/id588921890
Rdio: https://rd.io/x/Qj5mfig/
Spotify: https://open.spotify.com/album/4NW0Ql5kqlzGCv8Ixeucgc
O que andam falando a respeito:
Faixas que distanciam a psicodelia nostálgica dos anos 60 para incorporar uma série de funções típicas de artistas recentes como Cidadão Instigado (do álbum Uhuuu!) e The Flaming Lips (nos melhores ruídos do poderoso Embryonic). Nota 9.
Miojo Indie
Longo, cheio de referências, sons estranhos e refrões assobiáveis, o álbum é um dos melhores frutos da psicodelia nacional em 2012.
Soma
A boa sensação sinestésica que fica ao fim da audição prova que Supercordas sabe não só reunir boas influências como sabe o tempo certo pra aplicar cada uma delas. Nota 8.
Move That Jukebox
Em seu segundo disco, a banda consegue realmente trazer a psicodelia dos 60, seja através do som ou pelas letras ainda mais viajadas, mas que dão o toque característico da banda.
Monkeybuzz
A felicidade é que deu tempo para tudo. Sem pressa, esse novo disco no Supercordas traz uma anti-catarse. Ele se impõe pelos detalhes postos a todo segundo, pelas imagens desenhadas nas letras e barulhos estranhamente familiares a brotar.
Fita Bruta
Sem precisar se apoiar no passado, a banda prova melodias intensas e combina camadas instrumentais de bom gosto em ‘A Mágica Deriva dos Elefantes’. 52 de 100 (em 2012)
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