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Nascida em janeiro de 2000, a banda lançou um EP em 2001 pelo midsummer madness – [mm 56] “Ammonite”. Naquela época, era formada por Alessandro (guitarra e voz), Daniel Maia (baixo), Luciano Cota (guitarra) e Alexandre (bateria), todos egressos de bandas conhecidas de BH como Vellocet, No Hands, Mr. Rude e Dreadfull. 

Com o EP e a experiência, foram três anos de divulgação no circuito alternativo brasileiro e no exterior. O Valv tocou em alguns festivais importantes da época como Upload em São Paulo, Bananada em Goiânia, a primeira edição do Curitiba Pop Festival (abrindo para as Breeders) e o Indie Rock de Belo Horizonte. Em 2001 foram uma das primeiras bandas brasileiras a desbravar o festival norte-americano South By Southwest em Austin, Texas.

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Valv em 2004

Em agosto de 2003 a banda começou a gravação de seu 1º álbum. Intitulado “The Sense of Movement” (midsummer madness, 2004), o disco traz 12 musicas e conta com a participação de Fernanda Takai (Pato Fu) que empresta sua voz à musica que dá nome ao disco. Produzido pela própria banda com a colaboração intensa do músico André Cabelo, ocupou 6 meses de gravação e mixagem no estúdio Engenho, em Belo Horizonte.

As músicas do “Ammonite” permaneceram exclusivas do EP, nenhuma delas foi regravada para o álbum. Do Ep foi feito videoclipe para a música “Frequency”, enquanto que “The Sense of Movement” foi a escolhida do álbum para  ganhar um videoclipe. Outras aparições do Valv em vídeo incluem a participação num documentário do fanzineiro Jefferson Santos (ex Kaspar Zine) sobre a excursão de artistas brasileiros ao festival South by Southwest, exibido pela DirectTV em 2001 (veja aqui)  e entrevista para o documentário “Música de Trabalho” de André Dias.

Em 2004, John Ulhoa do Pato Fu deu a música “No Aeroporto” para o Valv, que fez sua versão de “At the Airport”. A música original saiu no álbum “Toda Cura para Todo Mal” do Pato Fu de 2005.

Em 2007 o Valv deu um tempo.

O baixista Daniel saiu da banda, Luciano foi morar em Porto Alegre e os integrantes da banda se distanciaram. Nessa época, Alexandre e o Alessandro montaram outra banda, Yukon, que durou até o final da década passada.

Entre 2012 e 2014, o Valv fez uns ensaios esporádicos ainda com Alexandre na bateria,  o Felipe Ghiroto no baixo e Julia La Guardia nos vocais e teclados. “Parecia mais uma formação do Yukon e não do Valv“, confessa Luciano. “Testamos algumas versões de músicas do Yukon, mas a coisa não decolou e em 2015 o Alexandre saiu, entrando o Filipe Monteiro na bateria“.

Em 2014  o Valv voltou a tocar.

Em 2016, convidados pela produção do documentário “Guitar Days“, a banda se animou a gravar duas músicas inéditas para a trilha sonora do filme. Essa gravação que começou em 2016 só está vendo a luz do dia em 2018. Dois anos para gravar duas músicas? Aonde é que está a animação nisso?

“Pura enrolação!, decreta Luciano, “na verdade, um pouco de enrolação e outro tanto de buscarmos novas experiências. Apenas duas músicas foram gravadas em 2016: New Ground e Driving In A Moonless Sky. Essas músicas foram gravadas para o Guitar Days que não saiu e, depois de algum tempo, decidimos lançar as músicas. Quando pensamos em lançar as duas,  já estávamos prontos para entrar em estúdio e gravar outras três, o que demorou um pouco por conta das agendas dos integrantes. Assim, na verdade não foram dois anos gravando um Ep. Foram quase dois anos entre a gravação de duas músicas e das outras três, que ao final decidimos por lançá-las em um Ep“, explica.

O Valv atual traz os integrantes originais Alessandro Travassos (voz e guitarra), Luciano Cota (guitarra), além dos recém integrados Bruno Martinho (baixista, também  toca no Churrus) e Filipe Monteiro (baterista, que tocava no Quase Coadjuvante e cantava no Rallye).

O EP “Nautilidae” traz 5 músicas e foi lançado em agosto de 2018, numa parceria entre Valv, midsummer madness e o selo canadense Cuchabata, somente no formato digital.

No final de 2019, empolgados com “Nautilidae” e a nova formação, começaram a se organizar para lançar mais um EP. As gravações já haviam começado no Frango no Bafo em BH para um EP com 5 músicas mas dai veio a pandemia de COVID-19, quarentena e o distanciamento. Alguns meses se passaram, várias lives no Instagram foram feitas e o Valv decidiu que era melhor lançar o EP com apenas três músicas, visto que a quarentena não tinha prazo para acabar.

“Silurian” saiu no final de Junho de 2020, com o Brasil enfrentando uma média de 1300 mortes por dia por causa da pandemia. No EP, duas músicas novinhas que reforçam o trabalho de guitarras do Valv, e uma faixa que já vinha sendo executada ao vivo nos shows mais recentes, “When She Says No”. Glauco Ferreira, amigo da banda escreveu mais sobre o EP aqui.

 


 

O que foi dito sobre o CD:

Basta fechar os olhos para Belo Horizonte se tornar Londres e para que o ano corrente seja 1994. Quem embarcar nesse espírito encontrará (…) melancólicas canções em que a apurada produção oscila guitarras calmas com distorções shoegazer (da fórmula depressão + barulho na orelha). Vai assim, encadeando séries de influências como Sunny Day Real Estate, (…).
Bruno Saito / Folha de SP em 19/11/2004

A abertura, com a música God, é um bom exemplo de como a banda chegou à maturidade – a letra curta da canção serve de introdução para longos trechos instrumentais que indicam a linha seguida em The Sense of Movement. A união entre peso e leveza, que soa repetitiva em alguns grupos, no entanto, é bem aproveitada pela banda mineira. É o caso, também, de faixas como Middle English e Between The Knees.
(…) O trabalho ainda contou com a participação da conterrânea Fernanda Takai, vocalista do Pato Fu, na faixa-título, escolhida para receber o primeiro videoclipe do CD.

Marcelo Benevides, Folha de Pernambuco em 09/11/2004

O caminho para se chegar ao som do Valv tem início na revolução pós punk do final dos anos 70, com grupos como Joy Division e Siouxsie & The Banshees, que inauguraram na música o rótulo cold wave, e, mais tarde, o gótico. O grupo canta em inglês e sobre isso Alessandro Travassos não quer dar nenhuma chance para especulações. “Cantar em inglês não é nenhum tipo de apelo para ter nosso trabalho aceito no exterior ou coisa parecida”, avisa. Para ele foi uma coisa natural na trajetória de todos integrantes da banda. “Escutamos música em inglês, para nós é o natural, é o idioma que nos sentimos à vontade para compor”, completa.
As influências diretas são bem claras – as guitar bands do final da década de 80 e início dos anos 90. Estão lá Chapeterhouse, Lush, mas principalmente Jesus & Mary Chain. Já o clima das canções, sempre melancólicos, são uma marca de Joy Division, The Cure e New Order. Travassos admite também, mesmo que em menor grau, pitadas de Nirvana e Ned’s Atomic Dubstin. Com influências claras e a aceitação da língua em um processo natural, o resultado é um álbum que não fica no meio do caminho. O grupo nos faz sentir novamente na Inglaterra dos anos 90, sem deixar de fora as pitadas do novo rock.

por Marco Antônio Dias, Revista Dynamite nº 78.

O Valv conseguiu atingir nesse seu disco de estréia aquela química de fazer “a música pop perfeita” com o básico baixo+guitarra+bateria que vários conjuntos passam sua existência perseguindo em vão, ou seja, conseguiu encontrar o Santo Graal. Esse Graal é composto das composições delicadas do Radiohead, das repetições que pedem para serem cantadas do Mogwai, das guitarras furiosas e melodiosas do Placebo e de muito mais. É um rio de referências, uma mistura tão grande que o produto final deixa de se caracterizar cópia e indubitavelmente deve ser considerado novo. (…)
por Jairo de Souza para o site PoppyCorn em 08/09/2004

 

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