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Quem frequentava a cena alternativa carioca na segunda metade da década de 90 deve se lembrar do Pancake, que, ao lado do Essential Tension e da Pelvs, compunha o que havia de mais interessante na época por aqui. 

Liderada por Marina, uma das “indies” mais famosas de Niterói, a banda realizou dezenas de shows no Rio de Janeiro e também em outras cidades do país. Era tida como uma das grandes revelações do indie-pop, mas só durou o tempo suficiente para lançar a singela fita “Pancake corner”, com uma capinha de muito bom gosto: uma foto tirada em Amsterdã de uma bicicleta encostada em um poste em frente a uma loja onde se lê no letreiro o nome da fita. Não era montagem de computador nem nada, a loja “Pancake corner” realmente existe.

Porém, o tesouro mais precioso daquela fita não era a foto da capa, mas sim uma música chamada “Outside”. Pouco importa o baixo um tanto quanto fora de sincronia e o aparente desleixo na mixagem: essa canção tem uma batida e uma harmonia contagiantes. E o mais delicioso é o refrão com um belo trabalho de backing vocal da Marina. Lindo, lindo, lindo.

Além de “Outside”, a fita trazia outras 4 músicas igualmente melódicas, barulhentas e rápidas, no melhor estilo power pop anos 90. A 6ª música era uma versão para “Crash” dos Primitives*, banda inglesa do final dos anos 80.

”Pancake Corner” foi lançada em 1998 e imediatamente entrou para a coletânea (também em cassete) “where d’you get your information from?” do midsummer madness. Esta coletânea trazia 4Track Valsa (atual Casino), Jupiterscope e A Lydie.

Todas as 3 bandas haviam terminado até 2002 quando o Pancake deciciu voltar.
 Um dos motivos, além do gosto por música, era manter viva a memória da banda, que, depois de extinta, recebeu a terrível notícia de que uma outra banda, também com meninas, mas de rock-metal e bancada por um produtor, se apoderou do nome “Pancake” e o registrou. Pior: as metaleiras, cientes de que já havia existido uma banda chamada Pancake, trataram de contratar advogados e encaminhar cartas ameaçadoras à Marina e às suas amigas alertando-as para não mais usar o nome “Pancake”. Como o Pan Cake da Marina é de 1998 e as metaleiras só apareceram em 2000, decidiu-se manter o nome da banda: Pan Cake, separado, que significa bolo de pão, comida.

O Pan Cake, mesmo formado por 3 mulheres e 1 homem, rejeita a definição de banda feminina, riot girl ou qualquer coisa que não se refira à música.

Um relançamento em CDR via midsummer madness em 2002 contava com 2 músicas gravadas para a coletânea “Em Órbita” que foi lançada em CD em 1999. Reunindo todas as músicas da 1ª fase da banda, o Pancake está de volta e pretende reagrupar sua formação inicial para voltar a fazer shows.

(texto original do release de relançamento, de 2002, escrito 
por Fernando Paiva – jornalista e guitarrista da banda “Luisa mandou um beijo” e Rodrigo Lariú)

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Pancake é
Raquel de Almeida Rodrigues – voz
Marina Pontes Macacchero – guitarra e voz
Luiza Denizot Naritomi – baixo
Marcio Abi-Ramia – bateria
Pedro Paulo Lopes Pinto – guitarra
Livia de Aguiar Mello – voz em “Nova” e “Love Canal”

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Pancake Corner 2002

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