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É impressionante a sede e a inquietação da paulista de Paraguaçu Paulista, Giovana Ribeiro. Do alto de seus 24 anos, grisa, em minúsculas, como ela assina suas produções musicais, está lançando seu 2º EP em 2022. “Wet Matchbox” tem 4 músicas e dura apenas 8 minutos.

Mas não é apenas a quantidade de lançamentos ou a duração das músicas. Giovana é engenheira mecânica formada pela Unicamp e também Mestra em Engenharia de Vibrações, Acústica e Sensores pela Le Mans Université da França. Se formos repetir aqui as experiências dela, que incluem fabricação de caixas de som, pedais de efeito e instrumentos musicais, construção de uma cítara medieval, de um teremin, pesquisa na Cité de la Musique – Philharmonie de Paris e mais um monte de coisas, este texto ficará enorme. Então te convidamaos a dar uma lida na página dela, onde também dá para escutar os 3 singles e 2 EPs lançados desde 2019.

Uma engenheira canta em um microfone; a curiosidade e o olhar analítico inerentes de sua formação querem entender como aquilo funciona, como todos os transistores, capacitores e afins dentro daquele ‘device’ amplificam sua voz e como as ondas sonoras se propagam pelo ambiente.” como bem resumiu o blog Cansei do Mainstream.

Giovana gentilmente nos autorizou a incluir toda discografia dela na nossa página. Ouvindo os trabalhos anteriores e lendo sobre suas experiências é impossível não admirar a vontade e a inquietude de alguém que começou na música aos 3 anos de idade, aos 9 já dava aulas para outras crianças, e passou toda sua vida envolvida com música e com as ferramentas para criar.

“Wet Matchbox” é o primeiro lançamento de grisa junto com um selo e nós, midsummer madness, além de honrados, ficamos extasiados com a beleza das novas músicas. Dona de uma voz doce mas que ao mesmo tempo expoe explicitamente melancolia, adornada por um instrumental simples, gravado em viagens de ônibus, mas que se escutados em estado contemplativo, parecem cheios de texturas e camadas.

Alguém aqui disse shoegaze?

Talvez… Giovana não abusa de efeitos e guitarras e as faixas foram finalizadas em seu quarto, geralmente em um take, para manter o feeling. Mas o borrado das imagens que as músicas criam, passando rápido na noite pela janela do ônibus são exatamente isso.

Uma constante nas criações dela que percebemos é o instigante comportamento de “me perder para me achar”. E há muito o que achar se você se der os 8 minutos que grisa pede. Fãs da Nico, Daughter, Bon Iver e Sufjan Stevens talvez se encontrem nesse tempo.

Comece pela capa: pare, olhe atentamente. Foto? Não. É uma pintura a óleo da arquiteta de Juiz de Fora Gabriela Korr. Gabriela também fez as novas fotos que embelezam esta página e dizem por ai, deve estar trabalhando num vídeo junto com Giovana.

Não deixa de ser estimulante para nós que já lançávamos discos em 1997 quando ela nasceu, ver alguém tão curiosa com o processo de por músicas no Mundo. Giovana foi uma das primeiras artistas brasileiras a lançar um NFT (Non-fungible token) com a faixa “Incerteza II” em 2021. Ela também já fez álbum visual, coisa que a gente nunca lançou. E anda metida em muitos collabs com gente como Ventilador de TetoJoão Viegas (das bandas Raça e Ombu – e que também toca com a Gab Ferreira);  SLSD; com o sound-designer Gabrre, (ex Honey Bomb Records).

Se você chegou até aqui, já deve ter dado tempo de escutar “Wet Matchbox”. Dá para ouvir na página da grisa no mmrecords.
Ou ouvir, baixar e comprar os arquivos digitais no Bandcamp.
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