Victor Fabri resolveu chamar seu trabalho solo de Frabin. Porquê FRabin e não FabRin ninguém sabe, nem ele. Parece sonoro. Tão sonoro como “Real”, título entusiasmado e feliz de seu 1º disco, que é … entusiasmado! Tantas repetições apenas para reforçar a coerência de um rapaz paraense criado catarinense, mais novo que o midsummer madness: quando Victor nasceu em 1994, a gente estava criando nosso selo de fitas demos!

Mas o disco “Real” traz o frescor da “xufentude” que muito nos agrada. Quando Victor fala de Tame Impala e Melody’s Echo Chamber, a gente escuta Ride, Chapterhouse. Quando ele fala que cantar em português soa “cafona”, a gente escuta o Second Come dizendo que parece natural cantar em inglês, língua de todas as influências mais diretas da banda.

Não tem nada de diferença de gerações, tudo parece uma questão de semântica. Pelvs, Cigarettes, brincando de deus, Low Dream estão mais próximos do que nunca de My Magical Glowing Lens, Loomer, Lava Divers e Frabin. Para nos aproximarmos ainda mais, resolvemos entrevistar o rapaz. Leia mais sobre o disco abaixo:

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MM – Todas as 12 músicas de Real foram escritas a partir de março deste ano? Ou algumas delas já existiam na época de Selfish?
Victor – Não não, algumas já existiam até antes do Selfish na verdade. Inclusive o primeiro material que eu lancei, logo que criei na página do facebook, era um vídeo e um pedaço de música, pra dar alguma ideia do tipo de som que seria. E esse pedaço de música é um instrumental da primeira parte de “Memoir”, faixa 1 do Real.

MM – Real traz 2 músicas em português. Porque elas entraram no disco e não haviam aparecido antes? Você vê alguma diferença entre cantar em inglês ou português, ou é natural nas duas línguas?
Victor – As músicas em português começaram a aparecer só depois do Selfish mesmo, elas vieram porque na época eu estava escutando mais coisas em português, tipo Holger, Maglore, Lupe de Lupe, e fiquei afim de tentar a escrever na nossa língua. Acho que escrevi umas 4 músicas e as duas que estão no álbum (‘Em Vão’ e ‘Desabrigo’) foram as que eu achei que fechavam com a ideia do álbum. Confesso que tenho muito mais facilidade e ainda prefiro escrever em inglês, acho que por ser outra língua eu me sinto mais a vontade de falar sobre as coisas sem parecer “cafona”, e também tem o fato que a grande maioria das coisas que eu escuto e me inspiro são em inglês, então acaba sendo uma referência muito forte e já impregnada dentro de mim.

MM – O que você andou escutando para compor e gravar Real?
Victor – Não variou muito do que eu escutava durante o Selfish porque o processo de composição do álbum foi quase simultâneo com o lançamento do EP. Algumas coisas novas foram Roosevelt, Homeshake e algumas bandas brasileiras.

MM – O título Real dá uma ideia de surpresa com o 1º disco, 1º álbum, tipo “finalmente, existe!”. É esta a ideia? Porque o disco se chama Real?
Victor – É sim! Eu também queria que o nome do álbum fosse algo bilíngue, já que traria músicas em inglês e português eu queria que fosse algo que fizesse sentido nos dois, até que me veio essa palavra e tudo se encaixou.

MM – Mais uma vez você preferiu masterizar no exterior… como chegou ao Rob e porque esta preferência?
Victor – A preferência existe pela qualidade do trabalho e também pelo fato de masterizar onde outros artistas que são referência pro som que eu faço masterizam. Eu já conhecia o trabalho do Rob por causa do Tame Impala e Melody’s Echo Chamber, mas nunca cogitei masterizar lá porque pensava que era muito caro ou que tivesse alguma outra restrição. Mas quando vi que os caras da The Outs masterizaram com ele, descobri que o Rob era o cara mais de boa pra trabalhar, ai entrei em contato com ele e tudo se ajeitou.

MM – Você vê seu som alinhado com que outras bandas aqui no Brasil?
Victor – Atualmente tem muitas bandas fazendo um trabalho foda aqui no brasil, tipo a Marrakesh, de Curitiba, toquei algumas vezes com eles e posso dizer que os guris mandam muito bem.Tem também My Magical Glowing Lens, Catavento, entre outras que tão nesse mesmo corre.

MM – Quais são os planos pra agora? Turnê? Mais clipes?
Victor – Isso, ambos! Esse ano de 2016 quero me focar 100% na divulgação do álbum, fazendo turnês e outros clipes, além de trabalhar em um álbum novo também.

“Real” foi lançado dia 20 de novembro de 2015 numa parceria entre Balaclava e midsummer madness. Disponível nos formatos digital e CD.

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